Bear Nerd entrevista: Kike

Mais uma entrevista internacional de um talento vindo direto da Espanha. Conheçam um pouco mais de Kike e desfrutem de seus deliciosos ursos. Novamente agradeço ao meu argentino favorito, Franco, não só pela tradução, mas pela ajuda em formular as perguntas para a entrevista

BN – Em primeiro lugar obrigado pela entrevista. Fale-nos um pouco sobre você:

Meu nome é Enrique, mas todos me chamam de Kike, nasci há 35 anos em San Sebastián, uma cidade do norte da Espanha, no pais Basco. Fiz meus estudos em técnicas de arte, com especialidade em pintura, ilustração tradicional, e ilustração digital em minha cidade natal.
Gosto de desenhar desde criança e meu gosto pessoal é desenhar pessoas imaginando-as como super heróis. A ficção cientifica e os HQ cedo foram a minha inspiração. Não consigo imaginar minha vida sem meus desenhos e sem arte.

BN – Pelo seu trabalho percebe-se que você é um grande fã de quadrinhos. Quais são as suas inspirações?

Acho que esta pergunta, já comecei a respondê-la na pergunta anterior, mas gostaria de ampliá-la. Desde criança e sendo surdo, me inclinei muito por tudo o que é visual e por isto sempre chamou minha atenção os HQ e seus super heróis. Me lembro muito bem que um amigo da minha turma , quando tínhamos oito anos, me deu um comic de Spider Man e eu gostava muito de vê-lo. E como eu já desenhava, pensei que poderia desenhar HQ e super heróis. Depois, pela TV, fui influenciado pelos desenhos Mangá.

BN – Como é o panorama de quadrinhos na Espanha. Se o mercado editorial ainda é bom ou é ocorre apenas na internet?

Acho que os quadrinhos, em forma de revista impressa, está ficando no passado. Agora as crianças e adolescentes estão mais interessadas em ver os super heróis na TV e nos filmes, além dos vídeo-games. Também acho que, como tudo o que está acontecendo com a mídia atual, as HQ estão passando ao formato eletrônico e como já disse, a arte do livro de quadrinhos está se convertendo em um artigo para colecionadores.

BN – Como você se descobriu urso e como isso influenciou em seu trabalho?

Esta é uma pergunta bem interessante porque, desde jovem, me chamaram a atenção os rapazes mais velhos que eu e com tipo ursino. Mas eu não era urso, na realidade eu era um menino comum quando mais jovem. Quando eu tinha 26 anos comecei a freqüentar os bares de ursos e também comecei a me transformar em um urso. Depois tive a oportunidade de conhecer a quem hoje é meu marido e fui morar na América. Foi quando meu trabalho ficou mais influenciado pelo mundo ursino.

BN – Em sua opinião, os grupos de ursos da Espanha que você conhece consomem esse tipo de arte (quadrinhos, desenhos etc.)?

Acho que os ursos em geral, não só da Espanha, e alguns admiradores de ursos apreciam a arte e as ilustrações de ursos. Os comics atingem a um publico bem mais amplo. Eu já fiz algumas exposições na Espanha que foram um sucesso e agora, que moro na Inglaterra, também tive a oportunidade de expor meu trabalho que foi muito bem aceito pelo publico de ursos daqui.

BN – Você percebe que os grupos de ursos estão participando mais das atividades pelos direitos da comunidade LGBT?

Com certeza que sim, vejo que os grupos de ursos na Espanha têm uma participação muito ativa dentro da comunidade LGBT e como dado curioso e interessante posso dizer que os grupos de ursos espanhóis influenciam, e muito, outros grupos de ursos de outros países. Sei disso porque se comenta, aqui na Inglaterra e na America, que a Espanha é um dos países com mais ursos e grupos de ursos.

BN- Mais uma vez agradeço a oportunidade, e este espaço é seu: deixe o seu recado!

Em primeiro lugar meu mais sincero agradecimento, a você e ao site Bear Nerd, por me dar a oportunidade de mostrar o meu trabalho. Você está fazendo um trabalho muito interessante ao fazer que o mundo dos ursos seja conhecido por todos, dentro e fora da comunidade LGBT. Não foi muito simples para iniciar-me como ilustrador, de fato, ainda luto para estabelecer-me. Sendo surdo tive que superar muitos desafios na minha carreira e gostaria de deixar uma mensagem para outros jovens surdos de nossa comunidade LGBT: que se esforcem para atingir as suas metas.

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