Portfólio – Rafael Lopes

O Portfólio dessa vez traz uma entrevista com Rafael Lopes, criador da tirinha Ber the Bear, que conta as aventuras de Ber e de seu melhor amigo, Filhote, pelo mundo dos ursos. Ele conta um pouco sobre a inspiração dos personagens, o processo de criação,os planos para o futuro…

BN – Quem é a pessoa por trás (no bom sentido) do Ber the Bear?
Por trás do Ber não vai ninguém, ele é ativo! Ou pelo menos diz que é (risos)… Bem, sou um cara bem comum e pouco conhecido no meio bear. E sempre quis deixar a personagem na frente. Mesmo assim tem gente que entra no perfil do Ber e me dá cantada, sem saber como eu sou. Acho engraçado.
Sempre tive vocação para pintar e desenhar, mas não trabalho com isso, sou historiador. Desse modo as tiras servem pra mim como lazer e, por isso, acabo não conseguindo manter a regularidade que eu gostaria.

BN – Como surgiu a idéia das aventuras do Ber? Qual a sua principal fonte de inspiração?
Eu sempre fiz HQs publicando online ou em fanzines. Em 2007 foi quando passei a realmente participar dos eventos de ursos e também quando fiz um grupo de amigos incríveis, com quem ando até hoje. Eu ouvia muitas coisas engraçadas deles e comecei a pensar que essas idéias podiam se tornar boas tiras de humor. O Ber foi inspirado em um amigo meu, o Jubasam, que tem um jeito mais expansivo e o Filhote em outro, o Bernardo, que é o caçula do grupo e tinha um jeito meio inocente. O Ber com o tempo passou a ser mais eu, mais ácido. E sem contar que essa relação de mestre e aprendiz é um arquétipo clássico que rende boas histórias e, por isso, nenhuma das personagens a mais que busquei incluir na tira funcionou bem.

BN – Já houve críticas pelo Ber ser afeminado e talvez com isso fugir um pouco do estereótipo ursino?
Nunca me falaram nada. A questão é que o material das tiras vem do que eu ouço de gays em geral, ursos ou não. Gosto de brincar com isso. A Sapa Sara é uma lésbica que é feminina, mas não quer demonstrar para se encaixar no estereótipo da “machona”. E também penso que aqui esse estereótipo ursino não é lá muito rígido, pois muitos que se dizem ursos são efeminados. O que eu não vejo problema algum. Aqui no Brasil urso se tornou basicamente um termo para gordinhos e coroas.

BN – Há algum tempo atrás circulou na internet um teaser de uma versão super-heroística do Ber e outros personagens. Esse projeto ainda vai acontecer?
Eu gostaria muito e espero que um dia toque pra frente, mas como disse não trabalho em área de criação ou arte. Então produzir as tiras quer dizer estar em casa e com tempo livre. Esse projeto demanda mais tempo e desenhar no papel, e não direto no PC como faço as tiras.

BN – Você pode citar a sua tirinha favorita?
Das que me lembro agora, uma série sobre tipos de gay. A série do consolo. Prefiro as tiras em série.

BN – Existem planos para um segundo volume impresso com novas tirinhas do Ber?
Bem eu gostaria muito, mas de uma próxima vez trazendo uma HQ e não uma coletânea de tiras. Mas isso depende muito também da disponibilidade do Henrique Magalhães, da Marca de Fantasia, que editou o primeiro álbum. Aliás, aproveito o espaço para elogiá-lo, que toca de forma independente uma pequena editora que é a única que dá oportunidade para novos artistas e quadrinhos e mesmo publica material de alguns mestres do quadrinho nacional desconhecidos do grande público e ignorados pelas grandes editoras que só se interessam por material internacional ou de artistas consagrados no mercado internacional.

BN – Bom, esse espaço é seu, deixe o seu recado:
Então vou aproveitar para agradecer a você pelo espaço e aos amigos que sempre deram apoio. E o principal agradecimento é para os leitores que curtem a tira, comentam e riem com ela. Abraço a todos!

Você confere as aventuras do Ber clicando AQUI.

E segue uma galeria com o personagem:

5 respostas

  1. Muito boa a matéria.

    Tive a oportunidade de ler a revista editada com várias ‘tiras’ de Ber e adorei.

    Os diálogos e dilemas são sempre muito interessantes.

    Ansioso por novos projetos.

    Parabéns, Rafael, pelo trabalho.

    Abraço

  2. Muito boa a matéria.

    Tive a oportunidade de ler a revista editada com várias ‘tiras’ de Ber e adorei.

    Os diálogos e dilemas são sempre muito interessantes.

    Ansioso por novos projetos.

    Parabéns, Rafael, pelo trabalho.

    Abraço

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